Resposta à Carta de Graça Graúna para os Ancestrais

10 de novembro de 2021

De André Souza para Graça Graúna       

Graça, muchas gracias por suas palavras! As dessa carta e as outras já escritas. E também as novas - espero que sejam muitas! - que virão como rios a me inundar de graça! Tenho aprendido muito com você. De outra forma, tenho começado a me  olhar, a olhar o Brasil, a olhar o mundo. A literatura indígena semeia novos mundos possíveis nesse território de ideias superficialmente homogêneo. Além disso, ela também guarda e amplifica o que nunca deve ser esquecido.   

Para muitos brasileiros, a vida nunca foi fácil. Mas há um tempo, como bem sabemos, as coisas pioraram muito. São “tempos [duplamente] obscuros”. Mudanças abruptas nos foram impostas. Mas penso que não serão essas máscaras que esconderão a verdade. Ela está aí e sempre tensiona em aparecer. Nessa canoa que é a literatura indígena, e da qual suas palavras são excelentes representações, sigo em busca de aprendizado. A paciência, agora, parece ser uma dádiva. Sempre no a mais, sempre no a mais. Acompanhando, a esperança também segue.

Desejo que seus ditos encontrem os destinatários almejados e outros. Muitos outros! E ressonância. Muita também! Pois sei aqui comigo que todos precisam desse acalento, dessa tocha capaz de guiar na escuridão ou no mar de incertezas.     

Singelamente, Graça,  faço uso das suas palavras como despedida, pois são os sonhos que nos movem:   

Apesar dos pesares,   
resta-nos sonhar    
a Mãe Terra nos anima.”.   

Essa carta foi uma resposta à carta de Denilson Baniwa, para acessá-la clique aqui:

Postagens Relacionadas:

Nenhum comentário:

Postar um comentário